O verdadeiro Mundo da Moda


Década 40

Longe de perceber o perigo que se avizinhava na primavera de 1940, a maioria das grandes casas de Paris, lançou suas colecções habituais.

Eclode o segundo grande conflito do século XX. Paris caiu em 1940. Entretanto, durante a Segunda Guerra várias maisons continuaram a funcionar. As roupas da época da guerra demonstram com que força a moda reflecte a situação económica e política em vigor, a atmosfera do momento.  As roupas ganharam forte apelo masculino e militar, com carácter utilitário.

A Sociedade de Estilistas de Moda de Londres, segue rigorosamente as instruções de sobriedade impostas pelo Governo. Este os obriga a utilização mínima de tecidos nos moldes e a eliminação de detalhes ornamentais.

 

De acordo com os governantes da economia, as regras estabelecidas limitavam a metragem do tecido, o comprimento e a largura da saia. Aplicam-se mudanças no processo de fabricação e a racionalização da mão-de-obra.

 

A palavra-chave chama-se "recessão".

Nessa época de racionalização e penúria é comum uma prática antiga : a costura feita em casa e o aproveitamento do velho, do usado.

O grande look do início da década é o conjunto saia/casaco, além da saia-calça

 

 

 

 

A saída para os estilistas eram as variações nos detalhes, da cor do debrum, ao bolso falso. A forma era de ombros quadrados, recta, de corte masculino imitando o corte das fardas. Moda militarizada.

 

As saias tinham pregas finas. Calças compridas de corte masculino eram populares.

Vestidos que pareciam saia e casaquinhos abotoados, faziam sucesso, à medida que as restrições aumentavam. Para o consumo eram necessário muito menos cupões, na hora da compra.

Turbantes, Chapéus, Lenços e redes para o cabelo estiveram em alta, assim como bolsas a tiracolo, de passeio e utilitárias. Os sapatos tinham aspecto pesado e masculinizados, incluindo o modelo plataforma, muito difundido por Carmem Miranda.

 

 

 

Como as meias de seda foram interditadas, as meias soquetes fizeram sucesso, como os turbantes, os lenços de cabeça, e ainda os chapéus.

 

A Guerra mudou toda a estrutura da Indústria de Moda. Os Estados Unidos e a Inglaterra implantaram suas próprias indústrias de confecção, cada vez mais independentes.

A alta-costura luta para sobreviver com uma clientela reduzida e consegue permanecer em Paris.

Em 1945 uma exposição chamada “Le Theatre de la Mode”, no Museé de arts Decoratifs com o apoio dos principais costureiros, mostra a vontade com que eles e o Governo se empenham em reerguer a indústria da Alta-Costura.

 

Em 1947, Christian Dior sacode o mundo com sua coleção batizada de “New Look”. Seus modelos fazem enorme contraste com o modo de se vestir em tempos de Guerra.


Um vestido podia exigir até 25 metros de tecido, e o estilo acentuava e exagerava as formas femininas graças a roupas íntimas com barbatanas e tecidos engomados. O New-Look (Linha Corola) provocou controvérsias em todo o Ocidente. Muitas mulheres adoptaram o estilo, mas outras negaram-o.


No final da Guerra estavam lançadas as bases de uma Alta-Costura independente e de uma indústria de moda para um mercado de massa.